segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Teatrólogo mariliense Ramis Pedro Boassali, nascido em 26 de abril de 1940 de pai sírio e mãe libanesa, foi um dos precursores do teatro em Marília e um dos fundadores da Federação de Teatro Amador da Alta Paulista - Fetalpa. Verdadeiro ícone da cultura em nossa cidade, lutou pela  causa que  defendeu e foi sua grande paixão em vida, em sua trajetória de 52 anos de movimento teatral.
Ramis Pedro foi economista e trabalhou durante 22 anos na Secretaria de Economia e Planejamento, onde se aposentou, porém era no teatro onde se realizava. O apogeu foi na época de ouro do teatro de arena, onde grandes nomes como Gian-francesco Guarnieri, Oduvaldo Viana Filho, entre outros, se apresentavam por aqui. Em Marília, aliás, era onde se fazia a pré-estréia de muitas das peças do teatro de arena de São Paulo. Grupos importantes surgiram, como o Getam, o Gat, o Gatal e o Meta, ganhando vários festivais no Estado.
Ramis Pedro ganhou cerca de 30 prêmios em sua carreira artística. Um das peças memoráveis foi "Palhaços", que montou em 1996, e com o qual ganhou inúmeros primeiros lugares nos festivais que participou.
Em 2001 fundou a Escola de Teatro Ramis Pedro. Trabalhou no projeto Ademar Guerra em Tupã, ministrou cursos para prefeituras, dirigiu grupos de teatro. Trabalhou como arte-educador nas Oficinas Regionais Tarsila do Amaral. Organizava o Festival de Monólogos, o Festival de Teatro Amador e Semanarte.
Ramis Pedro Boassali faleceu aos 68 anos, no dia 05 de Setembro de 2008, vítima de atropelamento na capital paulista, onde estava participando de reuniões do projeto estadual "Ademar guerra", que visa incentivar os grupos amadores de teatro.
Graças a Ramis Pedro, o movimento do teatro amador na região resiste até hoje. Ramis fazia questão de dizer que o termo "amador" refere-se a  amor. É uma modalidade reconhecida pelos nossos grandes artistas, muitos deles oriundos de suas fileiras. Por motivos particulares ele não pôde fazer sua carreira na Capital, aquela que seria, certamente, uma das grandes trajetórias profissionais da dramaturgia. Talento já lhe sobrava, disposição e estudos nunca lhe faltaram.
A sua partida é com certeza uma grande perda para o Teatro, mas sua luz, sua força e dedicação é uma fonte inspiradora para todos os amantes desta arte, pelos quais será sempre lembrado.

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