quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Palestra

O potencial turístico de Marília é grande, muito grande


Foi com estas palavras que o palestrante Sergio Alex, pesquisador do Museu Nacional do Rio de Janeiro, abriu o encontro da manhã de 29 de Novembro no Auditório Municipal de Marília, onde o tema central foi a paleontologia e as descobertas feitas em Marília por William Nava.
Alex teve a preocupação em mostrar aos presentes o processo que segue um fóssil a partir do momento que é retirado do sítio. No caso o exemplo utilizado foi o crânio do Maríliasuchus, encontrado e escavado por Nava aqui na região em 1998, por isso mesmo foi batizado com este nome. 
Depois de retirada boa parte das rochas que envolviam o fóssil, o crânio foi enviado para o Rio de Janeiro para estudos. Alex teceu grandes elogios ao material e o classificou, do ponto de vista científico, entre os três melhores exemplares encontrados no Brasil até o momento devido a boa preservação dos ossos fossilizados e a perícia de Nava, em conseguir retirar do sítio, sem danificar ou perder partes importantes.
No laboratório o crânio passou por uma série de sessões de tomografia, permitindo a produção de inúmeras imagens tridimensionais e o estudo mais apurado sobre hábitos alimentares, capacidade de locomoção, acuidade visual e outros detalhes que dão uma noção geral sobre a vida deste animal ancestral.
Utilizando recursos de computação gráfica foi possível reproduzir a forma do animal e esta réplica está em exposição no Museu de Paleontologia de Marília.
Alex destacou que entre os museus instalados pelo mundo, pesquisas apontam que os de paleontologia são os que mais despertam o interesse popular e científico, o que acaba sempre provocando um grande fluxo de pessoas e fomentando o turismo.
Para ele, Marília está entre as cidades que tem um tesouro fantástico e pode explorar bem mais a temática dinossauros como forma de atrair públicos diferenciados de diversas partes do país e do mundo. “Poucas cidades no mundo podem contar com o trabalho de um pesquisador local, poucas cidades têm a chance de encontrar fósseis praticamente no quintal, e Marília tem o diferencial da tenacidade e motivação do William Nava, além dos próprios sítios de pesquisa estarem bem próximos. É possível aliar as visitas ao museu com as visitas em campo e fazer girar a roda da economia em cima desta temática”, ele comentou.
Com o lançamento da novela pela Rede Globo, que tem como tema central a paleontologia e as descobertas feitas em Marília, a cidade vai se tornar o centro das atenções e todos os segmentos podem ganhar muito com isso.
A equipe do Museu Nacional contou com a presença dos professores Sérgio Alex, ex-diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, do prof. Alexander Kellner e da profª. Luciana Carvalho, que fez sua tese de doutorado sobre o Mariliasuchus. Também estiveram presentes mais 5 alunos, mestrandos da universidade, que tiveram nesta expedição realizada em Marília o seu primeiro contato com grandes escavações. 
Dois grandes blocos de pedra foram levados para o Museu Nacional. Foram retirados em local próximo a região do Rio do Peixe, após 3 dias intensos de trabalho e muito calor. Começa aqui um novo ciclo de tomografias, desenhos gráficos de computador, retirada de excesso de rocha e terra. Dentro do bloco, uma nova surpresa aguarda os pesquisadores que encontraram fortes indícios de possibilidade de haver mais um crânio e fósseis articulados para novos estudos.
O encontro foi encerrado por volta do meio dia e o trabalho de Nava foi muito elogiado por todos os pesquisadores. 
Por estas e por outras razões, Marília está entre as cidades com forte potencial turístico. Representando a prefeitura municipal estavam presentes a Secretária de Turismo e Cultura Iara Pauli, o Secretário da Indústria e Comércio, Romildo Raineri e o Secretário de Assuntos estratégicos Divino Donizete de Castro. 
Fonte: Ivan Evangelista Jr.

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