quarta-feira, 16 de maio de 2012

Juventude e Homofobia

Artigo: Juventude e Homofobia: reflexões para enfrentar a discriminação
Hoje, 17 de maio, é o dia em que se comemora o Dia Internacional contra a Homofobia. Nessa mesma data, em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da sua lista de transtornos mentais, reconhecendo que não se trata de uma doença e, portanto, não precisa ser “tratada”. Essa foi uma vitória para toda comunidade LGBT, mas ainda existe muito preconceito a ser rompido e muitos direitos a serem conquistados.

Uma pesquisa realizada pela UNESCO, em 2004, apontou que 47,1% dos jovens não gostariam de ter um homossexual como vizinho. Já num estudo recente realizado pela pesquisadora de Juventude e Políticas Públicas, Miriam Abramovay, da Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais) e publicada no site Terra – Notícias, afirma que a maioria dos jovens brasileiros ainda tem atitudes bastante preconceituosas em relação à orientação e práticas não heterossexuais. Segundo Abramovay, o jovem brasileiro tem menos vergonha de declarar abertamente esse preconceito contra homossexuais do que de declarar a discriminação contra negros.

Tais atitudes geram violência de qualquer natureza, seja física, verbal, simbólica ou psicológica contra jovens homossexuais e colabora com a violação de direitos que acentuam ainda mais as disparidades de distribuição de renda e bem estar social, tornando alguns segmentos juvenis mais discriminados que outros.

O que analisamos é que a sexualidade ainda é tabu e que a violência homofóbica é fomentada por toda a sociedade, inclusive pela família. É preciso implementar ações de enfrentamento da violência e do preconceito contra homossexuais e promover o reconhecimento e a valorização da diversidade, garantindo à juventude LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) o direito de expressar livremente a sua orientação sexual. Ações como o Programa Juventude em Foco, realizado pela Secretaria Municipal da Juventude, vem percorrendo as escolas estaduais do período noturno e eventos da cidade, propondo esse debate entre outros, como cidadania, saúde, direitos sexuais e reprodutivos na perspectiva dos direitos humanos. A expectativa é que ações como essa ganhe dimensões gigantescas e seja abraçada por toda sociedade civil.

É imprescindível enxergar e respeitar o ser humano em sua diversidade, seja ela social, de gênero, de orientação sexual, étnico-racial, relativo à pessoa com deficiência, entre outras.

Não podemos permitir que a hipocrisia impere, que o preconceito e a discriminação seja a base da educação sexual e que o respeito mútuo seja banalizado. Temos que trabalhar juntos, implementando políticas públicas que garantam os direitos de cada jovem, seja ele branco, negro, homem, mulher, heterossexual, homossexual, cristão, ateu, entre tantas outras diversidades que a juventude permite se expressar na vida social.

Denise Lopes
Secretária Municipal da Juventude

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