segunda-feira, 26 de novembro de 2012

SHOW E MPB


Sérgio Ricardo se apresenta nesta quinta-feira em Marília



Nesta quinta-feira (29), às 20h, o músico, cantor, compositor, ator, cineasta e artista plástico, Sérgio Ricardo,  apresenta-se na Associação Paulista de Medicina (Casa do Médico), num show que comemora seus  80 anos de vida.

Sérgio Ricardo completa 80 anos de nascimento este ano e as homenagens a este artista multitalentoso não param. Em diversas apresentações, incluindo circuito Sesc, e outras pelo estado de São Paulo, o compositor mostra um panorama de canções bastante representativas de sua carreira.

Cantor de voz expressiva e pianista de formação clássica, estará a frente de seu instrumento e será acompanhado de sua filha Marina Lutfi na voz e de um violonista.
Estão no repertório canções que marcaram sua trajetória como Zelão, Nosso Olhar e Poema Azul, além de algumas expressivas canções compostas para trilhas sonoras de filmes emblemáticas como Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha e para a peça Flicts de Ziraldo.
O show / homenagem do próximo dia 29 (quinta-feira) na Casa do Médico (av. Pedro de Toledo, 179) conta com o apoio da Associação Paulista de Medicina, Sesc e Prefeitura de Marília -  por meio da Secretaria Municipal da Cultura. Os convites devem ser retirados antecipadamente na rua São Luiz, 248 - de segunda a sexta-feira das 8h às 11h30 e das 13h às 17h30.
O ARTISTA

SÉRGIO RICARDO (nome de batismo João Lutfi) nasceu em 1932, em Marília, no interior de São Paulo. Filho de pai sírio e mãe brasileira começou a estudar música aos oito anos de idade.

Aos 17 anos estagiou como locutor, discotecário e programador da Rádio Cultura de São Vicente e iniciou sua carreira como pianista profissional em bares e boites, tocando, compondo e cantando durante oito anos em casas noturnas do Rio de Janeiro e São Paulo.
Paralelamente, atuou em novelas e peças teatrais (TV Tupi de São Paulo, TV Tupi do Rio, TV Continental e TV Rio). Na Tupi (Rio) e Continental trabalhou também como produtor, diretor, escritor e ator-cantor de programas, como: “João Ninguém”, “Balada”, “Ao sol da tarde”, dentre outros.

Tendo sido um dos precursores da Bossa Nova, foi uma das maiores atrações do histórico show no Carneggie Hall em Nova York, no início dos anos 60, quando pela primeira vez artistas nacionais mostraram nos Estados Unidos os novos rumos da música popular brasileira.

Acrescentou à sua carreira como músico, uma expressiva participação no Cinema Novo, tornando-se um combativo artista identificado por atitudes de contestação aos rumos da cultura brasileira à época.

Realizou 14 filmes, sendo três de longa, um de média e 10 de curta-metragem.
Numa das passagens antológicas de sua carreira, em sinal de protesto ao pouco entendimento do público aos códigos de sua canção concorrente ao Festival de Música da TV Record de São Paulo em 1967, quebrou seu violão e atirou-o sobre a platéia.
Durante o período da ditadura militar, impedido pelos censores de apresentar-se em emissoras de rádio e televisão, optou por realizar shows em circuitos universitários resistindo à idéia de se exilar em outro país.

Criou o projeto “Disco de Bolso”, discos compactos encartados em parceria com o PASQUIM, para revelar novos talentos ao lado de nomes consagrados, vendidos em bancas de jornais.

Ao final da ditadura militar seu nome já havia sido parcialmente esquecido do grande público permanecendo, por isso mesmo afastado da mídia televisiva e radiofônica.
Fundou com Jards Macalé e Chico Buarque de Holanda o movimento SOMBRAS, congregando toda a classe musical e protestando contra a desonestidade que marcava a estrutura do direito autoral.

No final dos anos 70, o poeta Carlos Drummond de Andrade expressou sua admiração por Sergio Ricardo numa crônica do Jornal do Brasil referindo-se ao LP lançado com trilha sonora composta para a peça “Flicts”, de Ziraldo. Tornando-se amigo do poeta, foi convidado a musicar seu cordel “Estória de João-Joana”, originando um LP arranjado por Sérgio e orquestrado por Radamés Gnatalli. Em 2000 lançou a reedição deste trabalho pelo selo da rádio MEC com participações de Chico Buarque, Alceu Valença, Elba Ramalho, João Bosco, Geraldo Azevedo e Telma Tavarez.

Na expectativa de mudanças na política cultural brasileira escreveu vários roteiros de filmes, peças teatrais e canções, iniciando seu ciclo produtivo como artista plástico. Apesar disso continuou produzindo programas para a TV Educativa, compôs o tema da mini série “Zumbi dos Palmares” e a trilha da telenovela “Mandacaru”, da TV Manchete, a convite do diretor Walter Avancinni.

Sérgio Ricardo acumulou vários prêmios entre filmes, trilhas e discos e teve seu repertório musical gravado por mais de quarenta intérpretes.

Em 2001 produziu o CD “Quando menos se espera” com composições inéditas e regravações de alguns de seus grandes sucessos, como “Zelão”, “O Nosso Olhar”, “Calabouço” e “Beto Bom de Bola”.

De 2001 a 2003 realizou o projeto “Palco Livre”, com o apoio da prefeitura de Niterói, onde recebia artistas consagrados e iniciantes com grande expressão na música popular brasileira uma vez por semana na lona da Cantareira.

Em 2008 lançou o CD “Ponto de partida”, patrocinado pela Pedrobras e distribuído pela Biscoito Fino, marcando sua retomada em grande estilo à cena musical brasileira com um disco antológico de releituras, resultado de um rico intercâmbio com grandes talentos da nova geração.

Agora em 2012, Sérgio Ricardo comemora seus 80 anos de idade em uma série de comemorações pelo Brasil. Estão programados shows, concertos sinfônicos, peças teatro e exposição sobre sua biografia.



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