sábado, 25 de maio de 2013

Virada Cultural 2013

Anelis Assumpção
(Música)
Dia 26 (Domingo) – 17h
Local: Palco Externo - Av. Sampaio Vidal, esquina com Rua Piratininga (Praça Mário Cosentino).

Anelis Assumpção começou a carreira como backing vocal do pai (Itamar Assumpção), integra a banda DonaZica e tem identidade própria. Em seu estilo é possível reconhecer pitadas de dub, reggae, afrobeat, rap, samba e bossa nova. Performática e sagaz, Anelis domina o palco como poucas cantoras de sua geração.



ANELIS
 SOU SUSPEITA ESTOU SUJEITA NÃO SOU SANTA


A última voz que se ouve é a de Rubi – filha e autora da música-vinheta. A primeira é de Itamar – pai –anunciando a faixa um (“Mulher Segundo Meu Pai”, composição inédita dele) e faz um beatbox que impulsiona todo arranjo. Serena – irmã – logo entra na roda de timbres. Anelis Assumpção inicia e encerra seu primeiro disco em família e o sobrenome que ostenta revela-se musical por natureza. Seguem-se nada menos do que 13 faixas do CD e muitas outras vozes cantam, rimam, narram, sussurram, declamam, engrossam o coro: Max B.O., Céu, Thalma de Freitas, Rodrigo Brandão, Lurdez da Luz, Alzira E., Karina Buhr, Flavia Maia, Gero Camilo – além dos backing vocals dos guitarristas Cris Scabello e Lelena Anhaia, do baterista Bruno Buarque (instrumentistas ativos em toda gravação e integrantes da banda que acompanha a cantora no palco) e do produtor Zé Nigro.

Mas ao final da audição, a voz que gruda no ouvido e pede bis ao inconsciente é uma (e) única. Anelis canta tudo muito: um samba maroto (“Passando a Vez”), reggaes hipnotizantes (“Bola Com os Amigos”, “Neverland”), um improvável e certeiro afrobeat (“Sonhando”, de Karina Buhr, com música incidental do nigeriano e pai da batida Fela Kuti), raps femininos (“Como é Gostoso”, “O que Interessa”)… Quem tem groove, tem tudo – mas Anelis tem algo mais. A inspiração transborda nas canções singelas de amor: “Deita”, um afago indispensável só de voz e violão; “Estrela”, melodia e barulhinhos de caixa de música; e “Quaresmeira”, coisa linda e absoluta – letra, arranjo, vozes e melodia para lavar a alma. Nada está fora do lugar, não tem estranhamento: o timbre firme passeia por diferentes estilos e tipos de interpretação com naturalidade e elegância, sem tropeçar nem errar o caminho. A bússola talvez seja simplesmente a intuição, as mãos dadas com as boas e certas companhias e a confiança na cadência do passo a passo sem pressa.

Anelis canta não é de ontem. Foi backing vocal de Itamar, integra a banda DonaZica desde 2000 e já matura o repertório deste disco no palco há pelo menos uns três ou quatro anos. Quem acompanha seus shows vai reconhecer boa parte das músicas – e dos músicos que gravaram o disco. A banda junta diferentes gerações e estilos e ajuda a explicar também o resultado do trabalho. Cris, Bruno e o baixista Mau Pregnollato são integrantes do Rockers Control, a melhor banda de reggae e dub de Sampa; Lelena e a percussionista e baterista Simone Sou ostentam longo currículo e integraram as Orquídeas do Brasil – banda formada só por mulheres, que gravou três discos com Assumpção pai. Os cinco formam a banda que acompanha Anelis nos shows. Mas a gravação do disco envolveu muito mais gente: os guitarristas Beto Villares e Gustavo Ruiz, o trombonista Bocato, o baterista Curumin, o tecladista Daniel Ganjaman, o percussionista Maurício Alves, o baixista Lucas Martins, a flautista Simone Julian, o DJ PG…

A sagacidade de toda concepção musical também inspira uma estratégia original para viabilizar o disco em CD e LP – esse com nove faixas, duas delas (“Como é Gostoso” e “O que Interessa”) são exclusividades do vinil. Anelis optou por um bem sacado esquema de cotas para venda antecipada de discos, ingressos para o show, camisetas e ímãs de geladeira. Assim, levantou uma grana para finalizar o trabalho com sua própria lei de incentivo.

Sem pressa ou tropeço, no pop, no style, com sagacidade e boas companhias: Anelis é uma voz para se ouvir. Ouça!



Fonte: www.anelis.com.br

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