sexta-feira, 30 de agosto de 2013

DINOS

Paleontólogo Willian Nava descobre nova espécie de dinossauro na região


Uma nova descoberta do paleontólogo Willian Nava, Coordenador do Museu de Paleontologia de Marília, acaba de ser publicada na Revista Científica Zootaxa. Na pesquisa, assinada pelo mariliesnse e pela doutoranda Elaine Machado, do Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), é relatada a descoberta do Brasilotitan Nemophagus, considerada a menor espécie brasileira de saurópode – dinossauro quadrúpede, comedor de plantas  e tem pescoço longo.

Os fósseis do dinossauro foram encontrados por Willian Nava na região de Presidente Prudente no ano2000. De acordo com Willian, o dinossauro tinha cerca de oito metros de comprimento, enquanto existem espécies brasileiras que chegavam aos 20 metros. O relato foi elaborado com base em fragmentos da mandíbula, pelve e coluna, entre outros ossos do dinossauro.

O encontro dos fósseis ocorreu em um trecho da Rodovia Raposo Tavares, onde havia vários blocos de arenitos que haviam sido retirados das proximidades. Naquela ocasião o trecho da estrada estava sendo ampliado, por isso a remoção das rochas.

“Resolvi investigar, claro, pois o trabalho de todo paleontólogo é investigativo, precisa analisar as rochas na busca por possíveis fósseis. E qual não foi a  surpresa ao me deparar com inúmeros restos ósseos aflorando de alguns desses blocos de arenito e siltito (outro tipo de rocha). São rochas da Formação Adamantina, Cretáceo Superior. Logo de cara fui encontrando pedaços de costelas, vértebras, alguns restos ósseos já destruídos pelo tempo, todos associados a dinossauros,  além de dentes de dinossauros herbívoros, carnívoros e dentes também de crocodilianos. Havia igualmente muitos coprólitos (excrementos fossilizados, alguns contendo escamas de peixe incrustadas), restos de tartarugas e de peixes”, disse Willian Nava.

“Num dos grandes blocos que jaziam no terreno notei diversos ossos muito próximos: alguns estavam soltos da rocha, outros ainda presos ao arenito. De qualquer forma me pus a coletá-los, antes que se perdessem. Coletei  vértebras cervicais, partes ósseas da cintura pélvica (ísquio e ílio bem fragmentados), parte das vértebras sacrais incompletas; costelas, um pequeno bloco de arenito fino com um osso ‘meio curvo’ que depois, em Marília concluí que era fragmento de dentário/mandíbula, mas não dava para ver dente algum devido a posição na rocha;  um dente isolado, uma tíbia quase completa, um metatarsal e falanges. Encontrar esses fósseis foi um momento emocionante, pois a morfologia dos ossos me indicou estar diante do que  era parte do esqueleto de  um titanossauro”, relatou o paleontólogo.

Os estudos comparativos utilizando principalmente o dentário revelaram um novo gênero e espécie de titanossauro para o Brasil. Como partes do crânio desses animais são raridades nas rochas sedimentares do Cretáceo do Brasil, esse achado revela-se de grande importância, pois fornece inúmeras informações acerca da morfologia do animal e de sua biologia.



** NA FOTO: Escavação de uma costela do Brasilotitan, no ano 2000 em Presidente Prudente.


Link para a matéria da Revista Zootaxa: BrasiloTitan de Presidente Prudente

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