2017 - 2026
1. Do Plano Municipal de Cultura
O Plano Municipal de Cultura de Marília é o instrumento norteador para
o desenvolvimento da política cultural do município ao longo dos próximos dez
anos (2017 a 2026).
Considerando as três dimensões da cultura: a dimensão simbólica,
fundamentada na ideia de que é inerente ao ser humano a capacidade e a
necessidade de se expressar por meio de diversas linguagens artísticas; a
dimensão cidadã, fundamentada no direito ao acesso à cultura, como direito
humano; e a dimensão econômica da cultura, que demonstra a capacidade dos agentes culturais tornarem-se também agentes de
desenvolvimento econômico, o Plano Municipal de Cultura de Marília é um instrumento
de planejamento estratégico que estabelece as diretrizes, objetivos e metas
para o desenvolvimento cultural do município no período de sua abrangência.
O Plano Municipal da Cultura fará parte do Sistema Municipal de Cultura
de Marília que deverá contar com as ferramentas legais e administrativas para
sua existência, quais sejam:
1- A Secretaria Municipal da
Cultura, como agente executivo da política cultural;
2- O Conselho Municipal da Cultura e
de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico de Marília, como
órgão consultivo, deliberativo e fiscalizador da Política Municipal de Cultura;
3- As Conferências Municipais de
Cultura, como evento regularmente estabelecido no calendário oficial do
município, como instância de discussão e envolvimento dos cidadãos sobre as
questões culturais locais;
4- O Plano Municipal de Cultura,
instrumento que estabelece as diretrizes da política cultural de Marília;
5- O Fundo Municipal de Apoio à Cultura,
instituído por legislação específica e uma Lei de Incentivo, considerando o
fomento à cultura.
Como premissa para a consecução efetiva do Plano Municipal de Cultura,
os elementos do Sistema Municipal de Cultura serão institucionalizados com base
nas definições legais.
2. Das características do Município
de Marília
2.1. Histórico e Identificação do
Município
O início da colonização da região do município de Marília é marcado a
partir de 1905, quando a Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo
realizava levantamentos na região do Rio do Peixe, Feio e Tietê e seus membros
estabeleceram acampamento na região do Rio do Arrependido, dando início à
ocupação da região.
A agricultura do café impulsionava o desenvolvimento do interior
paulista e, a partir de 1915 surgiram os primeiro cafezais na região da Avenida
Sampaio Vidal. A Fazenda Cincinatina, propriedade de Cincinato Braga possuía
3600 alqueires de terras, entre os Rios Tibiriça e Peixe. A partir de 1918,
Antonio Pereira da Silva, administrador da fazenda comprou 53 alqueires de
terras com o objetivo de construir um patrimônio. Realizou estudos, derrubou
matas nativas e criou a estrutura do patrimônio Alto Cafezal. Em1924 foi
construída a Igreja Santo Antonio. A partir desse período, a região passou a
receber grande afluxo de imigrantes, principalmente de origem japonesa,
italiana, espanhola e síria.
Em 1926, Bento de Abreu Sampaio Vidal, deputado e dono de fazendas de
café comprou a Fazenda Cincinatina. Pensando na chegada da estrada de ferro,
decidiu criar um nome iniciado com a letra M, já que a companhia ferroviária
seguia ordem alfabética para instalação das estações. O Nome Marília, surgiu a
partir da leitura do poema de Thomas Antonio Gonzaga, Marília de Dirceu.
Em 1927 foi iniciada a construção do Distrito de Paz de Marília e
lançada a pedra fundamental para a construção da igreja São Bento. Em 1928, os
trilhos da estrada de ferro foram instalados.
Na disputa entre os patrimônios que se constituiriam na sede do
município prevaleceu o patrimônio de Bento de Abreu Sampaio Vidal.
O município de Marília nasceu a partir da Lei Estadual nº 2.161, de
22/12/1926, como distrito de Cafelândia. Foi elevado à categoria de município
pela Lei Estadual nº 2.320, de 24/12/1928, com a instalação do município em
04/04/1929.
Na década de 1930, a Santa Casa de Misericórdia entra em funcionamento,
são instalados os primeiros postes de energia elétrica e é criada a primeira
rádio de Marília, a Rádio Clube. A partir de 1933, Marília passa a ser Comarca.
Com a proibição da plantação de novos cafezais, em virtude da crise de
1929, que atingiu a cultura cafeeira em todo o estado, os agricultores da
região começam a diversificar a produção, com a cultura do algodão e,
posteriormente, amendoim. Novas indústrias chegaram à cidade, como as
Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo S/A, de beneficiamento de arroz, café e
algodão, fabricação de óleo, e a Indústria Zilo, que produzia óleo de algodão e
de amendoim.
A primeira rodoviária de Marília (e do Brasil) foi inaugurada em 1938,
em função do elevado número de jardineiras que circulavam entre as cidades da
região. Na década de 1940, novas indústrias chegaram à região, como a Ailiram
(atual Nestlé) e a Sasazaki.
A partir dos anos 1950, a população urbana aumenta significativamente,
além da ampliação das indústrias e do comércio.
A década de 1960 foi marcada pela criação da Faculdade de Medicina de
Marília, pelos cursos de Direito, Ciências Contábeis e Administração da
Fundação Eurípides Soares da Rocha (atual Univem) e da Associação de Ensino de
Marília (atual Unimar).
Se, na origem, tratava-se de município predominantemente agrícola, os
setores industrial e de comércio e serviços expandiram suas atividades a partir
da década de 1970 devido, principalmente, ao aumento do afluxo de estudantes
nas universidades, o que atraiu novas famílias para fixar residência na região.
A produção agropecuária do município diversificou-se, sendo
representada pelo café, amendoim, melancia, borracha, coco, laranja, manga,
maracujá, cana de açúcar, mandioca e milho, além da suinocultura,
bovinocultura, e avicultura.
Considerada a Capital Nacional do Alimento, por causa do alto índice de
indústrias alimentícias, Marília é considerada um polo industrial e de serviços
da região, com mais de mil indústrias em diversos ramos.
É referência na região, na área da saúde, contando com sete hospitais
(Hospital das Clínicas, Hospital Materno Infantil e Hospital São Francisco
(FAMEMA), Hospital Espírita de Marília, Santa Casa, Hospital Universitário e
Maternidade Gota de Leite.
Destaca-se na educação básica e no ensino superior, contando com
universidades e centros universitários, como Unesp, Famema, Unimar, Univem e
Fatec, além de outras faculdades e universidades, com cursos em diversas
áreas.
2.2. Características geográficas
Marília está localizada na região centro-oeste paulista, na parte mais
ocidental da Serra de Agudos. Possui área de 1.194 km², sendo 42 km² em zona
urbana e 1.152 km² de área rural. Está localizada a uma altitude de 650 m e sua
topografia descreve uma região montanhosa. Possui os distritos de Amadeu Amaral,
Avencas, Dirceu, Lácio, Padre Nóbrega e Rosália.
A cidade é rodeada por serras e escarpas; suas rochas preservaram ao
longo de milhares de anos os fósseis de dinossauros e dos animais
pré-históricos que habitavam estas terras. Atualmente, Marília é conhecida pela
comunidade científica por seu potencial paleontológico e seu nome é referência
no mapa da paleontologia brasileira.
O Município fica distante da capital do Estado 443 km por rodovia. As
rodovias estaduais Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294) e Dona Leonor
Mendes de Barros (SP 333), bem como a rodovia federal Transbrasiliana (BR-153)
passam pelo Município, privilegiando-o com uma excelente malha rodoviária, com
grande movimento de veículos de transportes e de passageiros.
2.3. População
Em 2013, o IBGE estimou a população de Marília em 233 mil habitantes,
com uma densidade demográfica de cerca de 185 hab/km2.
A taxa de urbanização da população vem crescendo gradativamente desde
os anos 1980, sendo atualmente de cerca de 95,5%. De acordo com o senso de
2010, a população é predominantemente branca, com mais de 140 mil habitantes
autodeclarados brancos, contra 60 mil pardos, dez mil negros, 5,8 mil amarelos
e 240 indígenas.
A renda per capita de Marília, cresceu cerca de 40,26% nas últimas
décadas, passando de R$ 679,59 em 1991 para R$ 953,30em 2010. Cerca de 21,56%
dos domicílios têm renda per capita de até ½ salário mínimo.
A distribuição de renda por cor, em2010, segue-se assim distribuída.
Branca
|
R$1.112,45 per
capita
|
Parda
|
R$578,90 per capita
|
Preta
|
R$551,90 per
capita
|
Amarela
|
R$1.322,21 per
capita
|
Indígena
|
R$732,68 per
capita
|
Fonte:
Plano Municipal de Educação (Marília, 2015)
O setor de serviços é o maior empregador do município com 53% dos
postos de trabalho, seguido do comércio, com 21%, indústria de transformação,
14%, Construção 8%, Agropecuária, 3% e Utilidade Pública, 1%.
O Índice de Desenvolvimento Humano, em tendência de crescimento, passou
de 0,601 (médio) em 1991 para 0,798 (alto) em 2010.
2.4. Assistência
Social
A rede municipal de assistência social conta com o Centro de Referência
Especializado em Assistência Social (CREAS), quatro unidades do Centro de
Referência em Assistência Social (CRAS), nove Casas do Pequeno Cidadão, sendo
duas delas casas de acolhimento, dois Centros-Dia do Idoso, a Fundação
Municipal de Recuperação Social (FUMARES) e um Centro de Referência
Especializado para Pessoas em Situação de Rua. O Município gerencia também
programas estaduais e federais como o Bolsa-Família, Renda Cidadã, Ação Jovem e
Viva Leite.
Há um projeto sendo desenvolvido nas unidades da Casa do Pequeno
Cidadão e do Centro de Referência de Assistência Social: o Serviço de
Convivência e fortalecimento de vínculos, que visa a atender crianças,
adolescentes e idosos.
2.5.
Saúde
Marília é referência estadual na área da saúde. Além de 7 hospitais
gerais, possui 2 especializados, um em psiquiatria e uma maternidade, mantidos
pela Prefeitura Municipal, Santa Casa de Misericórdia e as duas faculdades de
Medicina do Município. Há uma rede de atendimento de postos de saúde e centros
especializados mantidos pelo município nos bairros: são 32 Unidades de Saúde da
Família, 12 Unidades Básicas de Saúde, 1 policlínica e 2 Unidades de
Pronto-Atendimento. O Município conta ainda com serviços diferenciados, como o
Caps (Centro de Atenção Psicossocial), tratamento de obesidade infantil pelo
Caoim (Centro de Atendimento à Obesidade de Marília), 1 Clínica de
Fisioterapia, 1 CEO (Centro de Especialidades Odontológicas) e 1 Clínica de
Fonoaudiologia. A cidade conta, ainda, com serviços particulares de saúde como
clínicas, laboratórios e lojas especializadas em produtos hospitalares.
2.6. Educação
A rede de educação básica de Marília é composta
por: 35 Emeis (escolas municipais de educação infantil), 19 escolas municipais
de ensino fundamental (1º ao 5º ano), 35 escolas estaduais de ensino
fundamental (6º ao 9º ano), 18 escolas particulares de ensino fundamental e
infantil, 10 escolas estaduais de ensino médio e dez escolas particulares de
ensino médio.
2.7. Esporte e
Lazer
O Projeto Social Esportivo para todas as idades, da SEL (Secretaria
Municipal de Esportes e Lazer), funciona no Centro Esportivo Mariliense (antigo
Clube dos Bancários), e tem a finalidade de estimular o esporte em todas as
idades, oferecendo 1.600 vagas em várias modalidades. Destacam-se a natação,
que teve Tetsuo Okamoto, medalha de bronze na Olimpíada de Helsinque (1952), o
tênis de mesa, o futsal, o futebol, o basquete, o handebol, o voleibol, as
artes marciais o xadrez, com um dos mais antigos clubes do país, de onde saiu o
campeão Olício Gadia.
Adaptadas para o atendimento da terceira idade, são oferecidas
atividades de hidroginástica, vôlei, alongamento, tênis de mesa, ginástica e
xadrez. O objetivo do projeto é a utilização dos conjuntos poliesportivos que
existem na cidade e que estão sendo, gradativamente, revitalizados, garantindo
o atendimento a diversas regiões da cidade.
Há o Programa de Educação Integral Descobrindo Talentos, que atende 200
alunos da EMEF Profª. Edméa Braz Rojo Sola. Os alunos são atendidos no contra
turno, com aulas de arte e esportes, havendo a intenção de ampliar o projeto
para atender alunos de outras escolas.
2.8.
Segurança Pública
No que se refere à garantia da manutenção da ordem
pública, mediante a aplicação do poder de polícia - prerrogativa do Estado -,
no município de Marília, constam unidades regionais dos órgãos de Segurança
Pública, que são representados pela Penitenciária de Marília e Anexo de Regime
Semiaberto; o Centro de Ressocialização de Marília; a Fundação CASA (Centro de
Atendimento Sócio-Educativo ao Adolescente), antiga FEBEM. Na cidade está
presente o 9° Batalhão de Polícia Militar do Interior, com a 5ª Companhia PM e
a Companhia Força Tática, instaladas junto à sede, incluindo o
Pelotão da Cavalaria; e também a 1ª e 3ª Companhias da Polícia
Militar;
A cidade possui uma Delegacia de Polícia Federal e a
Procuradoria da República, do Ministério Público Federal. Marília ainda é
integrada ao Departamento de Polícia Judiciária do Interior 4 (Deinter 4), que
abrange a região de Bauru, abarcando 143 municípios. Além disso, mantém
a 31ª Subseção de Marília, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
No âmbito das ações preventivas de segurança
pública junto à sociedade, a cidade desenvolve projetos como: visita
programada a residências e condomínios; Associação de Proteção e Assistência à
Cidadania; apoio às Associações de bairros; Renascer (projeto
socioeducativo com adolescentes); arrecadação de brinquedos para doação e Escola
de Futebol Corujinha, realização do 9° Batalhão de Polícia Militar do Interior.
2.9. Cultura
2.9.1.
Breve Histórico dos Projetos Culturais em Marília
Apesar de relativamente nova, a cidade de Marília foi berço e moradia
para destacados eventos e artistas, brasileiros e regionais.
A cidade possui uma vida cultural que,
já a partir da década 1930, incluiu recitais da pianista Guiomar Novaes cujo
esposo era arquiteto e fez diversas construções na cidade, inclusive o Líder
Hotel e um auditório para que ela se apresentasse para os marilienses. Também
remontam a esse período as primeiras iniciativas de cinema e teatro com
apresentações de companhias que vinham se apresentar em Marília, no local
denominado Cine-Teatro. É dessa época a chegada do rádio em Marília, com a Rádio
clube de Marília PRI-2, que promoveu em seu auditório muitas atrações culturais
como shows, com personagens de sucesso da música popular brasileira, bem como
incentivava os talentos musicais com programas dominicais onde os calouros
tinham uma Orquestra a disposição para se apresentarem.
Na década de 40 surge a Sociedade
Marilândia que contava com um grupo de pessoas que se preocupavam com o destino
cultural de Marília e passaram a promover cursos, palestras, atividades
artísticas com profissionais que vinham de São Paulo para enriquecer e ampliar
o conhecimento dos marilienses. Dentre os palestrantes, estiveram no município Assis
Chateaubriand, Pietro Bo Bardi,
Miguel Reale, entre outros. Foi através deste último, então reitor da USP, que
foi conquistada uma faculdade pública para o município, inicialmente denominada
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (atual Unesp).
Eram fortes os movimentos artísticos
estudantis que criaram vários grupos de teatro vinculados às Igrejas e aos
Colégios. Os Grêmios e Associações se apresentavam no teatro de arena. Esses
movimentos tiveram a presença de vários artistas: diretores como Luiz Carlos
Arutin, Plínio Marcos, e dentre os filhos de Marília que se destacaram e
começaram sua carreira em Marília, o grande artista Oswaldo Mendes, residente
em São Paulo. Foram muitos os Festivais de Teatro.
Nas artes plásticas, Marília
destacou-se com o artista Júlio Villani que atualmente reside na Europa, nome
sempre destacado na arte contemporânea mundial. Também tivemos o artista
Newmann Shutz, mestre do premiado artista Braz Alécio.
Na música, tivemos destaques desde o
início da criação da cidade (década de 30) através dos Conservatórios. Um dos
grandes maestros foi Jorge Galatti, autor de conhecidas canções como “Saudades
de Matão” e do “Hino a Marília”. A cidade também foi berço e morada de grandes
músicos como Sérgio Ricardo, Ricardo Matsuda, Zeca Colares, Rubinho Jacob, Jean
Trad, entre outros.
Na literatura tivemos uma grande
efervescência na década de 1950, quando aqui residia o alfaiate Osório Alves de
Castro que, além de seu ofício, era escritor. Foi com o livro “Porto
Calendário” que recebeu na década de 50 o “Prêmio Jabuti” de literatura. Em sua
alfaiataria reuniam-se diversos poetas e escritores porque ali eram debatidos
assuntos culturais. Dentre tantos escritores importantes da cidade, na
literatura infanto-juvenil e infantil destaca-se o nome da Telma Guimarães.
Também residiu em Marília o autor das grandes novelas da rede Globo, Walcyr
Carrasco.
Ao longo das décadas, a capital da Alta Paulista abrigou inúmeras
atividades como o Prêmio Curumim, do Clube de Cinema, para os melhores filmes
nacionais; nos anos 1960 esse festival tornou-se o epicentro do mundo do Cinema. Aliás nosso Clube de Cinema é o mais antigo em
funcionamento ininterrupto no país desde 1952. A cidade também foi sede de
diversos grupos de teatro amador como o Grêmio de Amadores de Teatro (GAT), o
Grupo Amador de Teatro André Luiz (GATAL), o Grupo Estudantil de Teatro Amador
(GETAM), Escola Livre de Artes de Marília (ELAM); aqui também foi fundada, coma
colaboração do teatrólogo Ramis Pedro Boassali, a Federação de Teatro Amador da
Alta Paulista (FETALPA).
Na década de 1970, Marília recebeu importantes shows e eventos
patrocinados por entidades estudantis e pelas faculdades da região, contando
com artistas de renome, como Elis Regina, Vinícius de Morais, Toquinho, Marília
Medaglia e intelectuais como Décio Pignatari, Lygia Fagundes Teles e Leila
Diniz. Nessa década, a cidade inspirou a
canção de Moraes Moreira, “Mulher e Cidade Marília”. Foram realizados, também,
vários Festivais de Música, o Projeto Talento e tantos outros formadores de
artistas e de público amante da cultura.
O carnaval, uma das festas mais populares no Brasil, foi festejado nas
ruas e clubes marilienses desde a década de 1930. Nas ruas, com os desfiles das
escolas de samba como a Unidos do Bonfim, a Corinthians do Sapo, a Nova Marília
etc. Nos clubes, em bailes e matinês do Sírio-Libanês, Alfaiates, Tênis,
Bancários, Yara etc. Alegria carnavalesca que, desde os anos 1990, tem sido
promovida pela turma da Bagunça do Circo em corsos de rua e bailes embalados
por marchinhas tradicionais e canções mais recentes.
Este dinamismo cultural é o que este Plano Municipal se propõe a
resgatar e ativar.
2.9.2
Equipamentos
Culturais
Há dois museus na cidade, O Museu Municipal Histórico e Pedagógico e o
de Paleontologia, que tem uma exposição permanente de fósseis, visto que
Marília tem se destacado como importante sítio paleontológico do Brasil e da
América do Sul, com importantes descobertas realizadas pelo pesquisador Willian
Nava. Estes museus são alvo de visitas por parte das escolas do Município.
Marília tem a Biblioteca Municipal João Mesquita Valença no centro da
cidade, com acervo destinado ao atendimento, para leitura e pesquisa, de
diferentes faixas etárias. Atende um público mensal de aproximadamente 5.000
pessoas, com mais de nove mil sócios. Atualmente a biblioteca possui um acervo
de 36 mil volumes tombados, dos quais 22 mil estão informatizados, e
pretende-se informatizar o restante. No setor de Braille a biblioteca tem,
entre livros e audiobooks, uma média de 1.500 obras, oferecendo oportunidade de
acesso dos deficientes visuais ao mundo da leitura. Há o setor infanto-juvenil
que atende crianças e grupos previamente agendados, contando com gibiteca e
brinquedoteca.
O município conta com duas salas de espetáculos: o Auditório Municipal
Octávio Lignelli, que é um espaço destinado a apresentações artístico-culturais
e científicos e o Teatro Municipal Waldir Silveira Mello, reformado e
modernizado ao longo de vários anos e reinaugurado em 2016, passando a sediar
os espetáculos teatrais da cidade, com capacidade para 426 espectadores. Além
desses, há a Sala Municipal de Projeção Emílio Pedutti Filho que abriga o Clube
de Cinema com programação semanal regular, abrigando, também, sessões do
Cinecultura e dos demais projetos cinematográficos da Secretaria da Cultura. O
Centro Cultural e de Lazer - Ezequiel Bambini (Espaço Cultural), localizado na
região central de Marília, abriga diversos projetos e atividades culturais.
Por fim, a Secretaria da Cultura mantém a Galeria Municipal de Artes Plásticas
de Marília, destinada à produção de artistas da região. Além da Galeria, com
espaço fixo, a cidade conta com espaços alternativos de exposições de artes
plásticas, a partir de convênios e parcerias estabelecidos pela Secretaria da
Cultura, como a Sala de embarque da Rodoviária, o Marília Shopping, CCBEU,
Posto Ecológico, Espaço 96, Esmeralda Shopping, Restaurante Tokyo, Supermercado
Pão de Açúcar, o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania -
CEJUSC.
Além dos equipamentos municipais, a cidade contou até 2016 com uma
unidade das Oficinas Culturais da Secretaria de Estado da Cultura, a Oficina
Cultural Tarsila do Amaral, que realiza atividades como workshops,
apresentações teatrais e exposições. Em 2017 foi promulgada a Lei 8065 que
estabeleceu um convênio entre a Prefeitura Municipal e o Governo do Estado de
São Paulo para o desenvolvimento do Projeto de Oficinas Culturais.
2.9.3
Projetos
e Eventos Culturais
Em 2016, a cidade mantém uma série
de projetos e eventos culturais regulares, mantidos ou apoiados pela Secretaria
da Cultura, como o Projeto Teatro da Cidade, que atende a um público a partir
de 06 anos até a terceira idade, com aulas de teatro.
No Espaço Cultural acontecem as oficinas de dança de rua ― 360° a
partir de sete anos e o Projeto Capoeira no Espaço;
A cidade conta com a Banda Marcial Cidade de Marília, mantida pela
Prefeitura Municipal de Marília, por meio da Secretaria Municipal da Cultura,
em parceria com a Secretaria Municipal da Educação e apoio da Associação
Cultural da Banda. O público atendido com aulas de música e coreografia é
constituído por jovens de 12 a 21 anos.
O Cinecultura exibe filmes gratuitamente, com sessões específicas para
diversos públicos (escolares, terceira idade, etc.).
Clube de Cinema mantém sessões regulares, de fins de semana
e em dias comerciais, preferencialmente à noite, destinadas à atualização da
cultura cinematográfica. São projetados filmes de todas as nacionalidades,
incluindo a brasileira, o que dá uma visão universal de nosso mundo, com as
diferentes perspectivas e tendências que lhe são próprias. Também são
promovidos debates e sessões em comemoração de datas históricas ou que tenham
alguma importância para a vida do cinema, ressaltando sua importância para a
melhor compreensão de nossa existência.
A cidade conta com uma série de festas e eventos tradicionais, como a
Afrofest, promovida pela Equipe Marília Afrofest, e o Japan Fest, promovido
pela Associação Cultural e Desportiva Nikkey de Marília. A Festa Italiana é uma
realização das paróquias São Judas Tadeu e São Sebastião e acontece na Avenida
das Indústrias.
Na música, o Município conta com uma série de eventos regulares, como o
Encontro do Rock e o Quartas Intenções, evento do movimento Hip Hop de Marília,
ambos no Espaço Cultural.
Anualmente, no Ginásio Poliesportivo Otávio Barreto, também ocorre o
“Tatá Tá Teno”, evento que reúne os coletivos do Skate e Hip Hop, organizado
pelo coletivo Recreio Urbano.
O Sarau do Saci, realizado anualmente no mês de outubro, busca difundir
a riqueza da cultura popular brasileira, suas raízes e tradições folclóricas
com a apresentação de artistas, coletivos e grupos populares de Marília e
região.
O Sarau da Elam, promovido pela Escola Livre de Artes de Marília, reúne
artistas duas vezes ao ano com o objetivo de divulgar e estimular artistas de
diferentes linguagens artísticas.
A cidade conta também com o Grupo Amoclássicos, que há vários anos
organiza encontros e atividades para apreciadores da música erudita.
A Sexta Gospel é um evento mensal,
voltado ao público da música gospel, que recebe cantores, corais e grupos para
apresentações.
A Secretaria da Cultura também
desenvolve uma série de eventos regulares, como Projeto Cinema no Bairro, o
Coral Agora Você Canta, o Show da Terra, o Domingo no Bosque e apoia o Projeto
Viola na Rua. O Espaço da Criança é um evento itinerante, realizado em parceria
com o Rotary Clube, que ocorre em diferentes distritos de Marília, aos
domingos, no período da manhã, com atividades como oficina de pintura, desenho,
poesia, brinquedos infláveis, palestras, apresentações de dança, arte circense,
moda de viola e corte de cabelo.
Além dos projetos do município e de entidades da região, Marília possui
um polo do Projeto Guri, do Governo do Estado de São Paulo, que atende
crianças, adolescentes e jovens, promovendo a formação do jovem a partir da
educação musical e da prática coletiva da música.
Anualmente a cidade recebe eventos patrocinados por entidades estaduais
como a Virada Cultural Paulista, o Circuito SESC de Artes e o Programa Pontos
MIS, do Museu da Imagem e do Som.
Também o projeto Telecentro, que faz parte do Programa Acessa São
Paulo, atende o público da terceira idade com aulas de informática, em parceria
com o Banco do Brasil.
3. Objetivos
Os objetivos relativos do Plano Municipal estão divididos em quatro
segmentos, voltados à gestão cultural do município, à produção simbólica e
cultural, ao fomento da cultura como agente de cidadania e como elemento do
desenvolvimento econômico sustentável.
3.1 Gestão Cultural
3.1.1. Consolidar o Sistema Municipal de
Cultura:
3.1.2.
Completar
a adesão do município de Marília ao Sistema Nacional de Cultura, cumprindo o
Acordo de Cooperação com o Ministério da Cultura;
3.1.3.
Ampliar
o orçamento destinado à cultura do município, com inclusão de recursos do
Orçamento Municipal e a efetiva implantação do Fundo Municipal de Apoio à
Cultura;
3.1.4.
Estreitar
os laços entre a Secretaria da Cultura e as demais Secretarias Municipais,
especialmente a Secretaria da Educação, a Secretaria de Direitos Humanos, a
Secretaria do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico e a Secretaria de
Esportes e Lazer, para a realização de projetos conjuntos;
3.1.5.
Estabelecer
parcerias com entidades da sociedade civil e movimentos sociais, para ampliar
as atividades culturais e a capacitação de artistas e agentes culturais;
3.1.6.
Ampliar
a divulgação das ações culturais do município;
3.1.7.
Ampliar
os mecanismos de subsídio às entidades culturais do município que prestem
serviços à comunidade;
3.1.8.
Constituir
uma política de intercâmbio cultural entre artistas do município e de outras
regiões, inclusive os de grande expressão nacional e internacional;
3.1.9.
Criar
sistemas de levantamento e monitoramento das atividades culturais realizadas
nos mais diversos espaços do município;
3.2 Produção simbólica e diversidade
cultural
3.2.1 Valorizar
os artistas e as culturas locais;
3.2.2 Valorizar
o arte-educador, como profissional que oportuniza ao indivíduo o acesso à arte
como linguagem expressiva e forma de conhecimento;
3.2.3 Estimular
a produção e a difusão cultural que valorizem a expressão artística de diversos
segmentos sociais, considerando as dimensões de gênero, etnia, orientação
sexual e geracional.
3.2.4
Promover
eventos abrangendo todas as linguagens artísticas, de modo a garantir a
diversidade de expressões e fomentar atividades nos diversos segmentos
artísticos.
3.3 Cultura, cidade e cidadania
3.3.1
Democratizar
o acesso à cultura pelos diversos segmentos da população, garantindo o acesso
de toda a população aos equipamentos culturais;
3.3.2
Ampliar
a participação ativa da sociedade nas ações culturais do município;
3.3.3
Incentivar
a regularização de entidades e produtores culturais, de modo a ampliar a
captação de recursos e a capacitação dos gestores para a formulação de projetos
culturais;
3.3.4
Criar
mecanismos de defesa do Patrimônio Cultural do Município;
3.3.5
Criar
novos espaços culturais a partir da restauração de edifícios e espaços
históricos abandonados no município, de modo a valorizar e ressignificar o
patrimônio cultural local;
3.3.6
Aumentar
a capacidade de atendimento dos equipamentos culturais de modo a atender aos
diversos públicos, considerando trabalhadores, estudantes, idosos e populações
vulneráveis, entre outros;
3.3.7
Realizar
a descentralização das atividades culturais, ampliando as ações e criando
projetos nas regiões norte, sul, leste, oeste, central e distritos do
município;
3.3.8
Ampliar
o diálogo com artistas, produtores culturais e outros agentes da comunidade,
visando discutir a importância da arte e do patrimônio cultural.
3.4 Cultura, economia e
desenvolvimento sustentável
3.4.1
Estreitar
relações com outras instâncias governamentais (estaduais e federais) visando
implantar ações de geração de renda, utilizando-se de ações culturais;
3.4.2
Ampliar
a discussão sobre o conceito de economia criativa, como um setor econômico
formado pelo conjunto de atividades econômicas relacionadas à produção e
distribuição de bens e serviços que utilizam a criatividade e as habilidades
individuais ou de grupos, com o objetivo de geração de trabalho e renda;
3.4.3
Fortalecer
a sustentabilidade das cadeias produtivas da arte, com o desenvolvimento de
ações e mecanismos de fomento à produção cultural.
4.
Metas
e Ações para adesão ao Sistema Nacional de Cultura
Visando a consolidação da adesão do Sistema Municipal de Cultura de
Marília ao Sistema Nacional de Cultura foram estabelecidas as metas a serem
cumpridas na vigência do Plano Municipal de Cultura. A seguir serão
apresentadas as respectivas ações de operacionalização em curto, médio e longo
prazo.
Para finalidade deste Plano, consideram-se de curto prazo, as ações
realizadas em até um ano, a partir da aprovação do Plano; de médio prazo, as
ações a serem realizadas de dois a cinco anos; de longo prazo, as ações a serem
realizadas no prazo de seis a dez anos.
4.1. Gestão Cultural
4.1.1
Metas
de curto prazo:
4.1.1.1 Registrar a diversidade de
expressões culturais no município, com a criação de sistema de mapeamento e
cadastramento de artistas, produtores e entidades culturais, a ser alocado no
Site da Secretaria Municipal da Cultura;
4.1.1.2 Rever e aprovar a Lei de
Incentivo à Cultura e a Lei do Fundo Municipal de Apoio à Cultura e retomar a
publicação de editais de fomento à cultura;
4.1.1.3 Negociar junto ao Executivo
Municipal a ampliação da dotação orçamentária da Secretaria da Cultura;
4.1.1.4 Implantar o Comitê de Curadoria
do Teatro Municipal, com a criação de lei específica;
4.1.1.5 Incentivar a criação de parcerias
com as universidades locais para pesquisar, valorizar e preservar o patrimônio
cultural local.
4.1.2
Metas
de médio prazo:
4.1.2.1 Ampliar o horário de
funcionamento de todos os equipamentos culturais, garantindo a ampliação da
oferta de atividades culturais em diferentes horários adequados aos diversos
segmentos da população;
4.1.2.2 Criar instrumentos de avaliação
cultural, como a institucionalização de pesquisas de opinião regulares junto à
população;
4.1.2.3 Fomentar cursos de formação
continuada dos educadores das redes públicas e privadas sobre patrimônio
cultural e história local;
4.1.2.4 Incentivar as universidades
locais a criar núcleos de pesquisa e cursos de extensão sobre patrimônio
cultural e história local;
4.1.2.5 Criar programas regionais de
incentivo à visitação de equipamentos culturais, voltados às Secretarias de
Educação, Turismo e Cultura de outros municípios;
4.1.2.6 Ampliar a formação técnica dos servidores
municipais responsáveis pela gestão cultural dos equipamentos, com a realização
de treinamentos e incentivos à formação profissional.
4.2 Readequação dos Equipamentos
Culturais do Município
4.2.1
Metas
de curto prazo:
4.2.1.1 Revitalizar a exposição do Museu
de Paleontologia;
4.2.2
Metas
de médio prazo:
4.2.2.1 Adaptar todos os equipamentos
culturais do município à legislação de acessibilidade para pessoas com
deficiência e mobilidade reduzida;
4.2.2.2 Elaborar Projeto para construir / instalar
nova sede para o Museu de Paleontologia, como também elaborar Projeto para a
implantação de Plano Museológico e de Museografia;
4.2.2.3 Elaborar Projeto para construir /
instalar nova sede para o Museu Histórico e Pedagógico, como também elaborar
Projeto para a implantação de Plano Museológico e de Museografia;
4.2.2.4 Reformar o Centro Cultural e de
Lazer “Ezequiel Bambini”, de modo a torná-lo adequado à realização de
atividades culturais;
4.2.2.5 Implantar um Centro Cultural de
Marília na antiga estação Ferroviária da cidade;
4.2.2.6 Conservar
e restaurar o telhado e estruturas do edifício Gymnasium, situado à Avenida
Sampaio Vidal nº 245, a fim de resguardar e preservar o patrimônio histórico e
arquitetônico da cidade, dando suporte às ações efetivadas pelos equipamentos
culturais instalados no edifício.
4.2.2.7 Realizar a aquisição de materiais para o
desenvolvimento do acervo da Biblioteca Pública Municipal, com a finalidade de
atender as necessidades informacionais, educativas, culturais e de lazer da
comunidade.
4.2.3
Metas
de Longo Prazo:
4.2.3.1 Construir / Instalar nova sede
para o Museu de Paleontologia, com a implantação de Plano Museológico e de
Museografia;
4.2.3.2 Construir / Instalar nova sede
para o Museu Histórico e Pedagógico, com a implantação de Plano Museológico e
de Museografia;
4.3 Produção simbólica e diversidade
cultural
4.3.1
Metas
de Médio Prazo:
4.3.1.1 Incentivar a realização de
festivais e prêmios para todas as áreas artísticas, com periodicidade anual,
visando ampliar os espaços de expressão cultural;
4.3.1.2 Realizar anualmente um grande
evento cultural, descentralizado, que atinja todos os bairros do município, com
ações articuladas, contemplando artistas de diversos segmentos.
4.3.2
Metas
de Longo Prazo:
4.3.2.1 Implantar, no prazo de vigência
do Plano Municipal de Cultura, a Escola Municipal de Artes, como espaço
multidisciplinar de formação cultural, para a realização de oficinas e cursos,
nos diversos segmentos artísticos;
4.3.2.2 Formar e consolidar corpo artístico municipal
de Teatro;
4.3.2.3 Formar e consolidar corpo
artístico municipal de Canto para a formação de um Coral do município;
4.3.2.4 Formar e consolidar corpo artístico
municipal de Dança;
4.3.2.5 Formar e consolidar corpo
artístico municipal de Música para a formação de Orquestra Filarmônica ou
Sinfônica Municipal.
4.4 Cultura e Cidadania
4.4.1
Metas
de Curto Prazo:
4.4.1.1 Criar ações de estímulo à leitura
na Biblioteca Municipal e em outros espaços, com projetos integrados à
Secretaria da Educação;
4.4.1.2 Divulgar e incentivar empresas
locais a aderir ao Programa de Cultura do Trabalhador (Vale Cultura), mediante
parceria com entidades empresariais, patronais e de trabalhadores.
4.4.2
Metas
de Médio Prazo:
4.4.2.1 Descentralizar e ampliar a
realização de ações culturais em praças e espaços dos bairros;
4.4.3
Metas
de Longo Prazo:
4.4.3.1 Descentralizar os equipamentos
culturais do município, de modo a ampliar o acesso da população, com a criação
de espaços culturais regionais;
4.5 Preservação e valorização do
patrimônio cultural material
4.5.1
Metas
de Médio Prazo:
4.5.1.1 Realizar estudos para o
tombamento dos prédios históricos do Município. Exemplos: Sede da Prefeitura
Municipal, Biblioteca/Gynasium, Associação dos Alfaiates, Templos budistas (Rua
24 de dezembro e Temrikyo), Complexo Habitacional Maria Isabel (do arquiteto
Artigas), Prédio da FAFI (atual campus 2 da UNESP), Prédio da Coletoria
estadual (Rua 4 de abril), entre outros;
4.5.1.2 Promover debates sobre a possível
transformação dos edifícios históricos da cidade em espaços culturais
autossustentáveis.
4.5.2
Metas
de Longo Prazo
4.5.2.1 Durante a vigência do Plano
Municipal de Cultura, criar o Arquivo público ou Centro de documentação
municipal, para recolher documentos públicos e receber em doação documentos
privados de valor histórico;
4.5.2.2 Realizar estudos para criação de
áreas de preservação ambiental no município;
4.5.2.3 Realizar estudos para a criação
de um Observatório Astronômico Municipal;
4.5.2.4 Realizar estudos para a criação
de museus temáticos representativos da história do município;
4.5.2.5 Realizar estudos para a criação
de passeios turísticos ferroviários entre as cidades da região.
4.6 Preservação e valorização do
patrimônio cultural imaterial
4.6.1
Metas
de curto prazo:
4.6.1.1 Criar parcerias com os museus do
Estado de São Paulo, visando trazer exposições temporárias para o município e
realizar oficinas culturais;
4.6.1.2 Apoiar iniciativas de
fortalecimento de identidade cultural de comunidades afro-brasileira, indígena,
imigrante e caipira, com a criação de grupos e a realização de festas;
4.6.1.3 Apoiar e ampliar o registro de
memória oral já realizado pela Comissão de Registros Históricos da Câmara
Municipal, registrando em vídeo depoimentos de idosos das mais diversas camadas
sociais e origens étnicas.
4.6.2
Metas
de médio prazo:
4.6.2.1 Apoiar projetos de organização,
preservação e democratização de acesso a acervos documentais de valor
histórico;
4.6.2.2 Incentivar a criação de grupos
culturais que valorizem a diversidade de gênero, da comunidade, LGBT e
geracional.
5.
Disposições
Finais
5.1. O Conselho Municipal da Cultura e
da Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico de Marília, por
meio de suas comissões, deverá acompanhar o desenvolvimento das metas e ações
propostas neste plano.
5.2. Anualmente, o Conselho deverá
elaborar:
5.2.1. O planejamento de ações para
cumprimento das metas estabelecidas;
5.2.2. Um relatório de análise sobre o
cumprimento das metas e ações definidas no plano para apresentação à
comunidade.
5.3. O plano deverá ser revisto
periodicamente.
5.4. Itens não contemplados no Plano
deverão ser apresentados pela Secretaria Municipal da Cultura e demais
interessados e apreciados pelo Conselho Municipal da Cultura e de Defesa do
Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico, para posterior inclusão.
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