Dentro da história da literatura
brasileira, o slam faz parte da literatura marginal periférica, que tem seu
marco na década de 1990 quando o escritor e pesquisador Ferréz classificou as
produções literárias de autoras e autores negras e periféricas nomeando esse
movimento como literatura marginal e publicando sua síntese na revista Caros
Amigos.
O Slam é uma modalidade
relativamente recente dentro da história da literatura, que carrega em sua
produção atual saberes e estéticas ancestrais. Ao trabalhar com a poesia falada
o slam bebe na tradição oral resgatando saberes e estéticas produzidas por
povos africanos e comunidades afro-brasileiras expressas através das histórias
do griôs, das cantigas de capoeira, dos pontos de terreiro, do samba, do rap,
da confecção de bonecas Abayomis, da literatura de cordel.
Por se tratar de uma performance,
o sujeito assume a responsabilidade do discurso ao mesmo tempo que a resposta
do público e a interação com o ambiente ao redor participa da construção da
performance, de forma que a cada apresentação o público, o poeta e a poesia se
transformam, trazendo o valor cultural africano de construção coletiva. A
produção artística transita de forma dialética entre o campo da vivência e da
pesquisa.
Nesse contexto, surgiu o Projeto
Slam Subterrâneo Interescolar, realizado com recursos da Lei Federal Aldir
Blanc no Município de Marília, através da Secretaria da Cultura.
Durante o ano de 2021, foram
realizadas oficinas de escrita para 10 escolas públicas de Marília, abordando a
história do Slam, técnicas e exercícios de escrita. Como resultado, muitas
poesias foram produzidas e verbalizadas.
O evento de encerramento,
realizado em praça pública, contou com a participação dos alunos, que recitaram
os seus versos e deram voz às suas ideias e sentimentos.
Confiram o trabalho no YouTube da
Secretaria da Cultura: https://www.youtube.com/watch?v=shm42FI6TOg
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