A Secretaria Municipal
da Cultura de Marília realiza nesta sexta-feira (30), o show “Suítes
Brasileiras” - com o trio Retrato Brasileiro, no Teatro Municipal, às 19h. O
ingresso é 1Kg de alimento não perecível, que será revertido ao Fundo Social de
Solidariedade.
Formado no Departamento
de Música da Unicamp em 2015 por Gabriel Peregrino (vibrafone), Guilherme
Sakamuta (guitarra), e Théo Fraga (baixo acústico), o grupo surgiu com a
proposta de pesquisar e redescobrir a obra de diversos segmentos da música
brasileira. Revivendo obras esquecidas e propondo novos arranjos, buscam fazer
uma ponte entre a música popular e a música de concerto.
O repertório inclui
desde compositores mais eruditos como Radamés Gnattali, Heitor- Villa-Lobos e
César Guerra-Peixe, até nomes mais ligados a música popular, como Ernesto
Nazareth, Pixinguinha, Moacir Santos, entre outros.
Com a inovadora formação
camerística, o trio apresenta arranjos que misturam a escrita minuciosa e
artesanal ligada à música erudita com momentos de espontaneidade e improviso
comuns na música popular. Os arranjos também buscam explorar os coloridos
sonoros que a combinação do vibrafone, baixo acústico e guitarra proporcionam.
Composições sinfônicas, obras para piano, temas e canções da música popular
brasileira ganham uma sonoridade nova, viva e elegante. Assim, o trio leva ao
palco o universo musical do nosso país, colocando lado a lado compositores de
diferentes estilos, épocas e linguagens.
O grupo estreou na
segunda edição do Festival Imagine Brazil 2016, realizado pelo projeto Guri no
Estado de São Paulo, com incentivo do ProAC. O trio venceu por unanimidade do
júri, que apontou: “Muito musicais e ótimos instrumentistas; arranjos criativos
e sofisticados; riqueza de interpretação. O trio rompe muito bem a fronteira
entre o erudito e popular”. Em 2017 o Trio segue se apresentando, preparando-se
para gravar o primeiro disco e para disputar a final internacional do Imagine
Festival na Europa.
SUÍTES
BRASILEIRAS
O projeto de estreia do
trio Retrato Brasileiro nasceu de uma pesquisa no universo da música
brasileira, buscando explorar os limites entre a música erudita e popular.
O espetáculo está
centrado no desenvolvimento da forma “suíte” na música brasileira. Amplamente
utilizada na música erudita, a suíte é uma peça em que cada movimento trabalha
um ritmo ou dança diferente. No Brasil, os compositores se valeram de nossos ritmos
e danças populares, dando um caráter inovador para essa forma secular. O
trio adapta desde obras orquestrais até peças de piano para a sua formação,
obtendo um resultado sonoro que expandem as possibilidades da peça.
O repertório inclui a
suíte Retratos (1956), de Radamés Gnattali, uma das obras mais emblemáticas do
compositor. Dedicada a um dos maiores solistas da música popular brasileira,
Jacob do Bandolim, a suíte foi escrita com o objetivo de homenagear grandes
compositores do universo do choro. Originalmente escrita para orquestra de
cordas, regional e bandolim solista, essa obra é um grande marco na história do
choro. A adaptação do trio busca valorizar a escrita do compositor ao mesmo
tempo que explora o caráter improvisado das rodas de choro.
A segunda suíte, “No
Estilo Popular Urbano” (1987), de César Guerra-Peixe, se constrói sob uma
perspectiva semelhante. O compositor sintetiza na música a efervescência
cultural dos centros urbanos, em especial do Rio de Janeiro. Na mesma peça
temos dois choros e uma valsa, o drama do nordestino que migra para o sudeste
com o baião “Falso Pau-de-Arara” e uma sonoridade mais ligada a música do
século XX, que perpassa todos os movimentos. Originalmente escrita para piano,
Guerra-Peixe junta um vocabulário musical moderno com a cultura brasileira.
Para completar o
repertório, o grupo interpreta diversos compositores brasileiros que dialogam
com esse contexto musical: Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Villa-Lobos, entre
outros.
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