sexta-feira, 20 de julho de 2012

CIÊNCIA E CULTURA

Escavações do titanossauro serão retomadas neste sábado



O biólogo e paleontólogo da UFRGS, Marco Brandalise de Andrade, o geólogo e paleontólogo da UNB, Rodrigo Miloni Santussi, e o coordenador do Museu de Paleontologia e paleontólogo Willian Nava.


A partir deste sábado (21) serão retomadas as escavações de fósseis do titanossauro, o qual foi descoberto em 2009 na região de Marília. As escavações serão realizadas por meio de parceria entre o Museu de Paleontologia (mantido pela Prefeitura de Marília), Universidade de Brasília (UNB), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Fundação Educacional de Fernandópolis.

Segundo o paleontólogo e coordenador do Museu de Paleontologia de Marília, William Nava, esta 4° etapa de escavações, envolverá além do Museu de Paleontologia de Marília, universidades e também uma equipe de cinegrafistas da UNB que vai produzir um documentário sobre as escavações.

“ Estaremos em aproximadamente 10 pessoas, mas nem todos estarão envolvidos na escavação, e esperamos até o dia 15 de agosto atingir os resultados esperados, ou seja, retirar se não todo, ao menos parte dos fósseis do titanossauro e trazer para o museu ou local mais adequado para que posteriormente esses fósseis possam ser retirados das rochas e se inicie o estudo anatômico de cada um deles, processo que costuma demorar meses ou mesmo anos”, explica Nava.



O titanossauro foi uma espécie de herbívoro, quadrúpede, que media aproximadamente 13 metros de comprimento e viveu no período cretáceo, há cerca de 100 milhões de anos.

O paleontólogo William Nava coordena as escavações do titanossauro juntamente com o geólogo e paleontólogo da UNB, Rodrigo Miloni Santussi, e o biólogo e paleontólogo da UFRGS, Marco Brandalise de Andrade.

As escavações do titanossauro é realizada pela Prefeitura de Marília por meio das secretarias municipais da: Cultura, Meio Ambiente, Obras e Desenvolvimento Econômico em parceria com a Universidade de Brasília (UNB), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Fundação Educacional de Fernandópolis .

Segundo o biólogo e paleontólogo da UFRGS, Marco Brandalise de Andrade, a administração municipal está apoiando o projeto e demonstrou sensibilidade a importância da ciência.

“O Prefeito Toffoli abraçou o projeto e percebeu sua importância para toda a comunidade. São quatro secretarias municipais envolvidas. E essa pesquisa tem impacto direto na educação, cultura, lazer e turismo do município”, comenta o biólogo. .

O secretário municipal da Cultura, André Gomes, afirma que o titanossauro é patrimônio cientifico cultural de Marília e região. “Este titanossauro é importante, porque além de toda a descoberta no campo cientifico, irá beneficiar também a comunidade, pois o titanossouro não irá para um grande Museu nas capitais do Brasil ou do mundo, e sim permanecerá em Marília como patrimônio de todos os marilienses”, finaliza Gomes.


Janela do tempo

A descoberta deste fóssil de titanossauro para a humanidade pode ser considerada uma lacuna no tempo: essencial para que se possa entender a diversidade da natureza e a nossa história evolutiva.

O geólogo e paleontólogo da UNB, Rodrigo Miloni Santussi, explica que essa fase da escavação é um momento decisivo porque é a fase da coleta do material a ser estudado e posteriormente preservado.

“Depois de retirar o esqueleto do animal, iremos levá-lo para o Museu de Paleontologia, que é um ambiente mais estável e seguro para sua preservação e logo após, estudar o material, ou seja, compreender sua biologia e fazer comparações com outros dinossauros já conhecidos. Do ponto de vista evolutivo ele vai fornecer muitas informações para compreendermos a história de formação do nosso planeta. Quero ressaltar que este trabalho de tirar o animal do campo é muito difícil, pois estamos falando de um dinossauro de aproximadamente 13 metros de comprimento, portanto qualquer osso, qualquer bloco de rocha pesa toneladas. A gente calcula que um dos blocos pese em torno de 7 toneladas , portanto o transporte o manuseio desse material é complexo”, explica o geólogo.

O geólogo ainda salienta que o estudo das rochas no local onde está o fóssil é importante para a pesquisa porque fornece informações do que acontecia naquela região: como e aonde o animal morreu e quais condições ambientais eram as reinantes na época que esse dinossauro vivia.

O biólogo e paleontólogo da UFRGS, Marco Brandalise de Andrade, informa que também faz parte do trabalho do paleontólogo registrar da melhor maneira possível a retirada do material porque esta ação fornece subsídios para a compreensão do dinossauro e do contexto em que ele existiu, além de poder reconstituir aquilo que era Marília há 70 milhões de anos atrás.

“Um tempo que é difícil a gente entender só em números, 70 milhões de anos é muito tempo para nós homo sapiens, mas à medida que registramos os acontecimentos temos condições de reconstruir melhor a idéia do que era a região de Marília, como era sua ecologia e como chegou a ser o que é hoje, ou seja, compreender as várias fases, e a transformação do planeta. Destaco que é importante este registro do período cretáceo, porque pouco depois quase não há registro de dinossauros”, finaliza o biólogo.

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