quinta-feira, 21 de julho de 2016

Crônica: Teatro Municipal

Crônica em homenagem ao Teatro Municipal de Marília.
Por Mário Milani.

Em local privilegiado, entre belas construções, o prédio do Teatro Municipal “Waldir  Silveira Mello” foi finalmente reconstruído.




Ao lado do Museu de Paleontologia anexo à Biblioteca municipal da cidade, a configuração da paisagem que o cerca de árvores e coqueiros, ao escurecer olhares aos novos postes com armações trabalhadas, focos de luzes direcionadas as paredes, imagens e vitrais dos antigos prédios revela o bom gosto e intuição de seus fundadores. 


O cruzamento que serviu de inspiração para o cantor Laerte Marques compor a música “Marília paixão total / quem cruzar as avenidas / Rio Branco com a Sampaio Vidal” agora tem mais um motivo para se orgulhar do lugar, o majestoso Teatro Municipal. Bem perto se encontra prédio da prefeitura cercado de plantas rasteiras e belas árvores sobressaindo os pés de Ipê, alvo das pupilas dos fotógrafos em época de floradas coloridas... Beleza que se estende até as escadarias e vitrais da igreja Nossa Senhora da Glória. 

Na aurora da sucessão politica municipal, vence um jovem com olhar voltado com tristeza ao Teatro abandonado. No decorrer de sua trajetória como prefeito, vence o desafio e acaba por realizar seu sonho e da população... Esse momento está centrado na discussão sobre o que um Teatro representa para uma cidade e o que de fato a arte ancestral tão importante para apresentação artística. Falam os produtores, cantores, compositores, poetas, bailarinos, contadores de histórias, escritores, atores e todos os sonhadores da arte. Somente um teatro com seus momentos mágicos é capaz de se tornar o centro dos questionamentos... O realismo do palco atende determinadas finalidades provocando discussões no café do bar, na sala de aula, na conversa do artista, no diálogo das mulheres do que, do que lá. Sonho das crianças, como as vozes das crianças de Bertolt Brecht. Walter Benjamin compara o olhar da criança ao do artista, o Teatro é para todos...

O sentido da arte começa com o homem das cavernas; registros gráficos revelam segredos nas pedras imensas. Os grandes pesquisadores e artistas são responsáveis pela magia da vida passada como mostram os milhões de anos guardados na paleontologia de William Nava. Foi na inauguração do Teatro que ouvimos o poder da arte musical imortal na apresentação da Banda Sinfônica da Policia Militar de São Paulo. Com o drama “O Estranho”, sentimos a reverência da estrela Global Regina Duarte abrindo a temporada para os artistas teatrais da cidade. A cristalina lucidez de Moraes Moreira e a arte transcendente do seu filho deram início aos sonhos dos cantores e músicos da cidade. Tive o prazer de apreciar o realismo daqueles momentos de alegria na plateia no auditório de poltronas novas; Vinicius e Thais sentiram o prazer dos resultados ao pisar no palco do novo Teatro... 

Praça central
Marilia símbolo de amor e liberdade 
Bela seringueira ao lado da Prefeitura da minha cidade 
Escadaria vitrais Igreja da Gloria olhar do senhor 
Capital do alimento que alimenta com amor 

Museu de paleontologia guarda o que escava 
La dentro os visitantes e o grande William Nava 
Biblioteca municipal livros poemas histórias 
Largos corredores quantos atores da memória 

Sampaio Vidal bonita avenida do vai vem 
Centro da cidade ainda tem a linha do trem 
Vou buscar no violão escreveu o cantor 
Paixão total as avenidas do outro compositor 
Marília nome da moça, das ondas e paixão 
Ouvir minha poesia no rádio quanta emoção 
Contar a historia no palco do teatro construído 
Com poesias, dos livros nas livrarias vendidos... 
Marilichus das rochas vales e Itambé 
Campo Universitário juventude de fé
Há! Pereirinha e Bento de Abreu 
Esta cidade é como a poesia que Deus me deu...

(Mário Milani - inverno de 2016)

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