quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Secretaria da Cultura apoia abertura Semana da Consciência Negra com temática religiosa de combate ao preconceito



Neste dia 15 de novembro, através da lei de número 12.644, celebra-se o Dia Nacional da Umbanda, religião que completa 111 anos de reconhecimento nacional. Para comemorar a data, as religiões de matrizes africanas de Marília e região irão se reunir, em frente à Prefeitura Municipal (Rua Bahia, 40), à partir das 9h, para um ato solene de paz aberto ao público, adeptos e simpatizantes. 

As religiões de matrizes africanas possuem relação cultural com povos e comunidades tradicionais, ou seja, de origem indígena e africana, que possuem a religião como instrumento resistência trazida pelos negros desde tempo da escravidão. 

Este evento conta com apoio da Secretaria Municipal da Cultura, onde a chefe de gabinete Luciana Santos, socióloga, com especialização em Arte e Educação, fala da importância deste evento para preservação da memória. 

“O IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico artístico Nacional) órgão Federal, reconhece e contempla os povos e comunidades tradicionais em suas políticas de preservação da memória e proteção e preservação com reconhecendo de patrimônio cultural brasileiro, portanto é um dever do estado manter e preservar estas tradições que valorizam a cultura e a identidade dos brasileiros”, disse Luciana. 

Um exemplo da importância da religião de matrizes africanas para preservação da memória é que em suas cantigas possuem dialetos das principais nações africanas (jejê, ketu, nagôs) que foram escravizadas no Brasil. Cantigas na língua Yorubá por exemplo, trazida pelos nagôs, estão presentes nos ritos da religião, que são ladainhas ou orações, súplicas de proteção a Deus ou aos orixás que serviam de acalanto, para minimizar a dor e o sofrimento de separação de suas famílias, do seu território, cura de doenças e a violência que sofriam com a escravidão no nosso país. 

As religiões de matrizes africanas trazem consigo a história do país que nos livros didáticos não aparecem, história povo negro, de muita dor, sofrimento, mas com muita resistência e luta social até os dias de hoje no combate ao racismo e a desigualdade social que afeta a população negra. 

Segundo o Fiscal Federativo da Associação Brasileira de Templos de Umbanda, Candomblé e Jurema, Pai Maycon, “a data é um marco, pois abriremos a Semana da Consciência Negra em nossa cidade, que tem diversas programações, e ocupar um espaço público de grande visibilidade, e sair da marginalidade que querem nos impor, tirar o medo dentro de nós, povo do asé, e temos direitos de usar nossas vestimentas e guias nos espaços públicos como qualquer outro sacerdote religioso. Ao mesmo tempo estamos nos organizando, saindo da religião e atuando no campo politico, o que nos fortaleceu e nos encorajou a denunciar tais violações de direitos humanos, frutos da intolerância e do preconceito racial. Por isso se faz necessário ações como esta, reforçando assim uma cultura de paz e a necessidade de respeito às diversidades, estamos praticando a cidadania, direito democrático, na cidade símbolo de amor e liberdade”, disse Pai Maycom. 

A Secretaria da Cultura divulga também que, no dia 16 de novembro, a partir das 19h30, tradicional Missa Afro na Paróquia Santa Rita de Cássia, com a exposição “África em Nós” da Secretaria Estadual da Cultura e Economia Criativa/Governo de SP, com o apoio da Prefeitura de Marília através da Secretaria da Cultura, como parte da programação da Semana da Consciência Negra. 

Outras programações da Semana da Consciência Negra pode ser acessadas na agenda cultural no Blog www.culturamarilia.blogspot.com.br.

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